Na sequência das leituras efetuadas apresento uma breve reflexão sobre o tema acima proposto:
O termo “didática” está associado ao ensino, à instrução, considerando-se um ramo da ciência pedagógica que estuda os métodos e técnicas de ensino que fomentam a aprendizagem dos alunos.
O objeto de estudo da didática do português é «o conhecimento estruturado e amadurecido da língua portuguesa» (Reis & Adragão, 1989, p.13).
No âmbito da língua materna, a proficiência e o nível de amadurecimento dos conhecimentos contribuem para a integração do indivíduo na sociedade. Assim, a especificidade da didática da língua portuguesa prende-se com o facto de que a língua materna está intrinsecamente ligada à identidade do indivíduo.
Princípios:
1. Atualmente, o ensino centra-se no aluno, assumindo, o discente, uma importância superior aos conteúdos que se pretende lecionar, devendo construir o seu próprio conhecimento (aprender a aprender), tendo o docente, o papel de facilitador/mediador dessa aprendizagem. Cada aluno tem o seu ritmo de aprendizagem, interesses, vivências, aptidões, influências linguísticas, etc. assim sendo, compete ao professor adequar a sua prática letiva de forma a proporcionar uma aprendizagem significativa. “A sua aprendizagem faz-se por enriquecimentos sucessivos, por consolidação e não pode colagem de informações.” (Reis & Adragão, 1989, p.15).
2. Ao professor compete-lhe propor comportamentos verbais (falar) adequados a cada situação, para atingir determinados objetivos, não se limitando à questão linguística, verbal ou não verbal e proporcionando momentos de prática e reflexão sobre o uso da língua em diferentes contextos.
“Mais do que ensinar ao aluno noções, regras de análise, categorias e esquemas, o professor é chamado a propor-lhe comportamentos verbais adequados a cada situação, eficientes para atingir os objetivos de cada momento, capazes de servir a relação interpessoal que se deseje.” (Reis & Adragão, 1989, p.15).
3. O professor deve ter em conta a diversidade de registos que constituem a língua materna, respeitando assim, as produções dos alunos. No entanto, deve fomentar a utilização de registos adequados às diferentes condições de comunicação, não esquecendo que a competência da comunicação deverá prevalecer sobre a competência linguística. “Ainda que a atenção do docente incida prioritariamente na língua padrão, um estudo da língua materna não pode ignorar a diversidade de níveis e registos que a constituem.” (Reis & Adragão, 1989, p.16).
4. Todos os elementos num processo de comunicação são importantes. A linguagem não-verbal tem, por vezes, uma função decisiva para que a mensagem passe. “A função comunicativa comporta uma vertente informativa, uma interpessoal e uma textual e, destas, a informativa não é a mais importante.” (Reis & Adragão, 1989, p.16).
Metodologias:
A metodologia estuda os métodos de ensino, classificando-os e descrevendo-os sem fazer juízos de valor.
O professor deve dar uma atenção constante ao programa proposto pelo Ministério da Educação, tendo em conta as características e necessidades dos seus alunos (a finalidade é o ensino, e o sucesso do aluno é o produto).
Conhecer o contexto é fundamental na produção da metodologia, isto é, conhecer aspetos socioculturais: relações interpessoais, atividades do quotidiano, organização social; conhecer aspetos do imaginário: mitos (contos e fábulas); conhecer aspetos linguísticos e sociolinguísticos; conhecer aspetos históricos e geográficos de forma a desenvolver capacidades e competências mais profundas.
É da responsabilidade do professor adotar as metodologias mais adequadas, de acordo com os seus conhecimentos científicos, pedagógicos e didáticos, de forma a proporcionar uma aprendizagem significativa dos conteúdos referentes a cada domínio, fazendo uma gestão do tempo que satisfaça o grau de exigência de cada um deles.
Referências Bibliográficas:
Ferraz, Maria José – Ensino da Língua Materna. Coleção: O Essencial sobre Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 2007. Introdução à Didática do Português.
Figueiredo, Olívia.(2005). Didáctica do Português Língua Materna. Dos programas de ensino às teorias, das teorias às práticas. Lisboa. Edições Asa, coleção horizontes da didáctica.
REIS, C., & ADRAGÃO, J. (1989). Didáctica do Português. Lisboa: Universidade Aberta.
Outras Fontes:
Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica- DEB- (2001). Currículo Nacional do Ensino Básico- competências essenciais. Lisboa: Ministério da Educação.
Programas e Metas Curriculares de Português do Ensino Básico, 2015.
Fiquei satisfeito da informação, espero que continuem ajudando a gente interessante.
ResponderEliminarAdorei a explicação.
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